vague-me simples palavra
catada no espaço dentre dezenas
de atos, cardápios,
concretos e abstratos.
vaguem-me lembranças do tempo
Faça-me obra, Faça-me livre.
Vaguem-me todas as dores pátrias
os olhares retos
e os difusos.
Certezas, dúvidas e loucuras,
vazem-me
partam-me em todo coerente.
compositor,
da vida fabricante
do espelho próprio.
em cheiros, tons e ritmos..
em melodias em desatinos
em rebaixado corpo flexível,
todo em corpo, todo em risos
Partam-me energias sinceras do mundo
partam-me inteiro.
em cabelo, em tornozelo
dedos, pele, osso e palavras.
de lado cai o corpo..
e profundo é o seu cair.
atravessa tapumes no ar negro,
são películas frágeis
das camadas de tudo
E mergulha nisso que não sabe...
vai, vai... vai até o fundo
projéteis,
serão árvores?
lhe transfiguram a forma,
sementes que lhe adentram as entranhas,
em velocidade estonteante,
sequer abre-lhe ferida...
É osmose simples,
pássaros compondo-lhe os ante-braços,
pode?
Enquanto seus frágeis peitos,
de leve coração pulsante,
co-habitam-lhe coxa e bícepis,
suas asas vazam pela pele de menino,
são três ou quatro pombos limpos..
e o corpo quase voa.
Quase escolhe-se os destinos.
carícias com as pontas do joelho,
face e rosto, e corpo, e vento,
tremendo sonho vivido.
o ar negro vaza ao último infinito,
dimensões abertas,
o tubo se desfaz.
A luz explode
como bomba de vida.
não há chão,
só há chão.
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