sábado, 29 de janeiro de 2011

trança



derramou-se a cachoeira de cansaços
tingiu prateado o céu negro esvoaçado

voraz e tranquila
afundou seus líquidos na terra
cantaram mariposas grilos corujas

Hoje é festa na noite da floresta

onde a vida faz-se infinita
por guardar tortuosidades dialéticas.


Mariazinha olha surpreendida!
pois do breu
(a qualquer hora) pode saltar a vida!
- que a chame,
para sempre?

Fernandinho, cuidado onde pisa!
que o sagrado também traz a morte
no seu ventre.




E as árvores mantêm a aspereza e limpeza de seus caules,
isso à noite inteira esperando aquela língua que as lambe.
E que suga a poeira e pureza de seus males,
eternos e realizados
por estarem dialogando o suficiente.
Com as forças que os entornam nesse transe,
simplesmente esse transe de verdade.

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