um poema como um gole d'água
quisera..
navegar a película do líquido mátrio
visitar suas vicissitudes
mergulhar em gota-a-gota
sua concha
incolor fragrância do segundo
como um beijo de mulher
de lábios macios arrastados
no tempo
como se vivesse além das horas
caso se ocupasse espaço
voando ao vento...
Ora,
das cores nos restou a cólera!
e o coração a preparar a guerra
E todo diminuto completo se esvai?
pela barra dos dedos
a areia mole
pinga em nosso peito
desenhando tecidos iguais
a nos escorrer costelas.
Dessa carne vermelha tingiram-se nódulos,
cancerígeno projeto das metrópoles
e as cópulas,
apressadas
reproduzem os filhos d'Acrópole enganada
de centro.
Meio de sim,
meio de nada
a poesia rebola
entre morte e vida severina;
proponhamos amor e paz?
ou o suicídio apocalíptico?
O poeta empunha a caneta,
na ansiosa busca por beleza
mas
Punheta!
pois seu ócio ofusca um gatilho.
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