dentre plumas pinta mortos, pinta sonhos
mal se arruma sob um teto de memória
segue o prumo de um vento ignoto.
é translúcida a sua tela vertical
de petúnias adornado o desespero
e as calúnias não são mais que o tempêro
do marulho transformado em mistério
imortal.
mas se a teia do ventrílouco desfaz
vê-se ao fundo uma criança sorridente
traz aos punhos uma flor e um canivete
a menina que não quer nada demais:
um mortal.
que se joga precipícios arranhados
força trancas sob as pernas do sol
é só gente o tal ser despreparado
procurando entre as letras o farol...
imortal.
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